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terça-feira, 26 de julho de 2011

Brinquedoteca Hospitalar

BRINQUEDOTECA HOSPITALAR:
UM RECURSO PSICOPEDAGÓGICO
 Andréa Nunes Scorsatto
Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Clinica e Institucional
FACEL Faculdades
IERGS – Instituto Educacional do RGS

Resumo
            Para a criança, a hospitalização em geral, causa um imenso impacto emocional, pois a mesma encontra-se em um ambiente diferente daquele a que está habituada. Estar em um hospital, significa que a criança estará longe de seus familiares, amigos e de sua rotina diária, que envolve ir para a escola e brincar. A proposta deste artigo é refletir sobre a importância da brinquedoteca hospitalar enquanto recurso psicopedagógico, já que durante a internação é comum que as crianças preservem sentimentos de medo, nervosismo e ansiedade diante de um panorama de incertezas. Independentemente da causa da internação infantil, é certo que a mesma precisa de um momento onde possa extravasar suas emoções e é neste contexto, que contamos com o auxílio da brinquedoteca dentro do ambiente hospitalar.

Palavras-chave: Brinquedoteca hospitalar, Recurso psicopedagógico, Criança hospitalizada.

1 Introdução
Sabemos que um processo de hospitalização, seja para crianças, adultos ou idosos, é uma experiência bastante traumática. No que se refere às crianças, esta experiência é ainda mais carregada de cuidados, medos, incertezas e inseguranças, pois não é só a criança que está temerosa, mas também sua família.
 Este tempo em que a criança permanece em uma rotina diferenciada, sendo atendido de forma invasiva, muitas vezes sem o manejo adequado em um ambiente hospitalar, causa uma série de desconfortos e reações emocionais desagradáveis, como: o choro, a irritação, a tristeza, a sensação de abandono e principalmente, uma dor psicológica. Dentro deste contexto surge a brinquedoteca hospitalar, como um local mágico de encontro com o lúdico, com o faz de conta e com a possibilidade de auto-recuperação das crianças, já que as mesmas aprendem, através do brincar, a lidar com sua enfermidade e desta maneira aprendem a vivenciar de forma mais positiva, este momento .
2 A brinquedoteca hospitalar como recurso psicopedagógico
Sabe-se que o brincar é indispensável para a saúde de todas as crianças. Saúde física, emocional e psicológica. É durante as brincadeiras que a criança aprende a lidar com suas próprias inquietações e na medida em que interage com o imaginário e o simbólico, cria um contexto de autonomia, auto-estima e valorização das suas atitudes e pocisionamentos frente à sua realidade atual.     
Dentro de um ambiente hospitalar, onde a criança perde sua autonomia e, por conseguinte sua auto-estima, em função da sua doença, o brincar, representa uma oportunidade para que a mesma possa resgatar esta auto-imagem e inclusive, aderir melhor seu tratamento.
Segundo Paula e Foltran (2008) “a brinquedoteca é o espaço no qual os pacientes aprendem a compartilhar brinquedos, histórias, emoções, alegrias e temores sob a condição da hospitalização”. Então é importante citarmos que este espaço é que trás para a criança a sensação de estar prosseguindo em sua infância.
Decorrente da importância deste espaço dentro dos hospitais é que a Lei Nº 11.104(Santiago) “tornou obrigatória a instalação de brinquedotecas em hospitais brasileiros”. De acordo com Miltre & Gomes (2004) “a promoção do brincar é uma ferramenta que proporciona entre outras coisas, a integralidade da atenção, a (re) significação da doença e, sobretudo, a facilidade da comunicação entre criança-profissional da saúde”.
Para a organização da brinquedoteca hospitalar conta-se com algumas normas e premissas básicas que devem ser observadas por todas as crianças internadas e que freqüentam a brinquedoteca, como: a higienização dos brinquedos, lavarem as mãos antes e após a manipulação dos mesmos, para evitar riscos de alguma infecção. Neste espaço devemos ter jogos, brinquedos, fantoches, livros e também sucatas, para que as crianças oportunamente possam realizar alguma criação , expressando desta forma sua capacidade de criação e desenvolvimento cognitivo. Esta sala deve ser colorida e alegre, para que esta “aparência” de vida possa levar às crianças para uma realidade que está além da doença e que pode ser vivida por ela.
Para àquelas crianças que não podem sair do seu leito, a brinquedoteca hospitalar deve fazer esta função. Serão levados às mesmas atividades e brinquedos que a criança, em seu leito, tenha condições de participar. Como a brinquedoteca é um ambiente democrático, é esperado que todas as crianças tenham acesso a ela.
Dentro da visão psicopedagógica, observa-se um grande ganho pedagógico na brinquedoteca hospitalar: na medida em que as crianças brincam e jogam, as mesmas continuam tendo contato com suas capacidades cognitivas, através de jogos de somar, dividir, contar, desenhar, criar, enfim, dando continuidade ao que exercitava no ambiente escolar. Desta forma, a aprendizagem continua acontecendo! Este fato é muito importante para aquela criança, que fica muito tempo sem contato com a escola. De alguma forma, a brinquedoteca está resgatando este aprendizado, permitindo que a criança hospitalizada continue evoluindo em sua integralidade.

3 Conclusão
            Diante das questões referentes à hospitalização infantil e tendo em visa os benefícios do brincar para a criança, é certo que a brinquedoteca hospitalar é um recurso de grande expressividade frente ao tratamento médico com o paciente infantil. Para que este projeto da brinquedoteca hospitalar possa tornar-se uma realidade consistente é necessário que haja, antes de tudo, um planejamento para dimensioná-lo, tendo em vista as reais necessidades das crianças hospitalizadas.
            É certo que a humanização no ambiente hospitalar, passa pela construção de uma brinquedoteca, como recurso psisopedagógico e de assistência emocional às crianças internadas. Em vários relatos referentes ao uso da brinquedoteca em hospitais, podemos comprovar o bem que a mesma realiza as crianças e seus acompanhantes.
As crianças ficam ansiosas para, novamente visitá-la, pois as brincadeiras se portam como um elemento importante e fundamental para distraírem, fazer amigos e para reduzir o desgaste natural e a tensão decorrente da própria hospitalização.
            Certamente diante de momentos de descontração, alegria e envolvimento lúdico, as crianças internadas e seus acompanhantes passam por reflexões positivas e condutas mais adequadas ao momento em que vivem. Espera-se também, que estes encontros entre crianças e seus acompanhantes, durante a brinquedoteca, possam aproximá-los afetivamente, gerando um sentimento de acolhida mútua e confiança em si mesmos, minimizando os traumas da hospitalização e gerando esperança para pacientes e seus familiares.

4 Referências
MILTRE, R. A; GOMES, R. A promoção do brincar no contexto da hospitalização infantil como ação de saúde. Ciência e saúde coletiva. Rio de Janeiro, v.9, n.1, 2004. Disponível em: www.scielo.br/scielo.  
PAULA, E. T; FOLTRAN, E, P. Brinquedoteca Hospitalar: Direito das crianças e adolescentes hospitalizados. Ver. UEPG, Ed. 03, 2008.  
SANTIAGO, R. Termina o prazo para a construção de brinquedotecas em hospitais.  Folha de São Paulo. Disponível em: www.uol.com.br/folha/cotidiano.  

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