Se pensarmos na Educação como um processo histórico, que acompanha a humanidade em toda sua trajetória vamos relacionar educação com cultura, e também com modelo social de aprendizagem. O fato é que a educação, bem como a aprendizagem, necessita de um olhar interativo e dinâmico para que continuem a ser caracterizados como movimentos necessários para a evolução da vida humana. Para nós educadores, sempre bastou compreender nossa missão de ensinar! Era nos muito clara a nossa idéia do que era ensinar: nós repassávamos conhecimentos/conceitos para nossos alunos e eles apreendiam. Simples assim.
Ocorre que com a evolução da humanidade, da globalização da cultura e com a socialização do conhecimento, ao longo do tempo, começou-se a pontuar outras questões que fazem parte de um novo contexto social, que permeiam outros caminhos que não só nossa sala de aula. Este movimento cresceu e hoje se fala e se pesquisa Neurociências. Jamais poderíamos supor que em algum momento da história da humanidade, estaríamos procurando conhecer a mente humana. Para nós profissionais da educação, descobrir como nosso cérebro aprende, como se inter relaciona com a produção social e cultural, como processa informações é algo revolucionário em termos de sistematização do conhecimento.
Se todos os profissionais que trabalham, direta ou indiretamente, com a educação tiverem acesso a este novo manancial de informações, que é campo de estudo das Neurociências, certamente serão capazes de propor um novo modelo de aprendizado e de metodologia de ensino, que mais atendam às necessidades de nosso alunado do século XXI. Recentemente tive a oportunidade de participar do 11º Congresso do SINEPE, onde era discutido o tema: Educação e Neurociências, Um novo Olhar! Dentre tantos assuntos que permeavam novos estudos à cerca das Neurociências, pude perceber o quanto ainda precisamos aprofundar nossa forma de ver o indivíduo, de forma mais ampla e integrada. Tivemos palestras com psicólogos, dentre eles Leo Fraiman; psiquiatras como Diogo Lara, neurocientistas etc. Mas de todas as falas pronunciadas, pude perceber que uma que me chamou a atenção: a memória ainda é o centro das pesquisas mais avançadas, em termos de estudo do cérebro, provavelmente pela sua grande importância em termos de aprendizagem.
Segundo Relvas (2008) “a memória é o registro de experiências e fatos vividos e observados, podendo ser resgatado quando preciso”. Isto nos demonstra que a memória é uma espécie de “centro de referência” na coligação com o aprendizado. E que sem memória não acontecerá nenhum aprendizado!
Certamente todos estes novos conceitos, que a todos nós educadores, é de extrema importância abarcará um sem número de outras percepções igualmente significativas, para que o trabalho pedagógico se cumpra com êxito dentro e fora de nossa sala-de-aula, fazendo com a escola, já que é um espaço de socialização do conhecimento, possa de fato cumprir seu papel social. Já não podemos mais desconsiderar questões como estas: a de que nossos educando vivem um momento diferenciado. Habitam uma sociedade diferente, super estimulada. Aprende por várias vias, pois o acesso à informação está disseminado por todos os meios e redes de comunicação social. E mais: que nosso cérebro está mais ativo do que nunca, exposto a uma diversidade enorme de visualizações e informações. E a nós cabe agora, perguntarmo-nos: como poderemos ampliar nossa visão para melhor atender este aluno, que por muitas vezes, sente-se desmotivado frente nossa prática pedagógica? A resposta está nas Neurociências!
Escrito por: Andréa Nunes Scorsatto
Referencias
RELVAS, P. M. Fundamentos Biológicos da Educação. Rio de Janeiro: Editora WAK, 2008.
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